Yoga para uma Coluna Saudável



Nunca deveríamos ter dores nas costas


Dores nas costas?

Logicamente, levando uma vida onde as costas estão maltratadas, carregando peso sem atenção particular, ultrapassando seus limites físicos, isso irá prejudicar essa mecânica maravilhosa.
Possuímos um empilhamento de segmentos ósseos - no meio do qual passa a medula espinhal, que permite a passagem do fluxo nervoso - onde as articulações entre cada segmento são como molas hidráulicas! Extraordinárias em eficiência e geniais.

Mas você concordará comigo: na maioria dos casos é a falta de movimento que gera as dores. A imobilidade na frente do computador e a mesma posição no posto de trabalho durante horas. E o estresse!

Nosso corpo é uma usina química, cada emoção gera uma reação traduzida por "líquidos", "substâncias" jogadas na corrente sangüínea. Por quem? Por nós!

Nosso ser profundo reage a cada segundo, interpreta cada emoção, cada sentimento e até cada pensamento da sua forma própria. Temos um "cérebro liquido" que se expressa o tempo todo e modifica nossa química interna. Quanto mais a emoção fica negativa, mais o " cérebro liquido" alaga a corrente sangüínea: o estresse desencadeia a liberação de hormônios como a noradrenalina, o cortisol, que ativam o sistema nervoso, aceleram o ritmo cardíaco, elevam a pressão arterial, enrijecem a musculatura para que ela esteja pronta para a luta, para a resistência, para enfrentar a competição física. Hoje até sabemos mais...
Essas mesmas substâncias que ativam as células dos músculos, tanto estriados (braços, pernas...) como lisos, ("tubulação digestiva”) atuam também sobre o sistema imunológico deixando o corpo fragilizado ao meio externo.

Repito mais uma vez, na maioria dos casos, as dores nas costas podem ser evitadas e afastadas para sempre.

Na França existem “escolas para as costas”. A necessidade veio do fato que tratados para as dores, depois de um certo tempo os pacientes aparecem de novo com outros distúrbios, e as vezes distúrbios mais graves. A intenção é de mudar os hábitos posturais e os gestos cotidianos.
O objetivo é entender suas costas, poupar a coluna vertebral aprendendo a carregar, levantar, agachar, com uma ginástica medicalizada a apropriada....
Infelizmente isso não basta, pois a coluna vertebral é um confluente de vários fatores que, além da mecânica esquelética, exigem de serem descobertos e levados em conta para desfrutar de uma qualidade de vida melhor.
Além da mecânica, estudaremos os fatores psicossomático que podem perturbar a coluna vertebral, e o papel do yoga para aliviar as dores e permitir a circulação das forças de vida.
A saúde básica da coluna vertebral depende dos apoios corretos no chão e da horizontalidade do olhar.
Nós devemos manter a perfeição do mecanismo através da sua compreensão e evitar a aparição lesões osteo-articulares de origem mecânica, resultado de maus hábitos de postura ou de movimentos repetitivos.

Coluna vertebral

Nossa coluna vertebral é uma mecânica extraordinária e deixa qualquer engenheiro espantado, tamanha a sua complexidade e engenhosidade. O plano mais profundo da coluna contém 258 feixes musculares individualizados. Sem falar dos outros músculos de nossa coluna!
Isso quer dizer que cada movimento de flexão para frente, ou extensão para trás, exige uma coerência de trabalho entre centenas de músculos. Parece simples, mas...Não é!
Aqui está uma definição da coluna vertebral:
- Estrutura óssea e cartilaginosa em volta da medula espinhal que tem como função protegê-la.
A CV é formada por vértebras que constituem o eixo do esqueleto: o crânio,  as escápulas, as costelas e a bacias estão fixados a CV.
A CV é composta de peças de osso, articuladas entre si por peças cartilaginosas: os discos intervertebrais, que dão a elasticidade à estrutura.
Com essa mobilidade, a coluna pode fazer movimentos de:
- flexão para frente
- flexão lateral,
- rotação
- extensão para trás.
A coluna vertebral conta 31 ou 33 vértebras:
- 7 vértebras cervicais
- 12 vértebras torácicas, onde se fixam os 12 pares de costelas.
- 5 vértebras lombares
- 5 vértebras do sacro, formando um grande osso sólido e largo
- 4 vértebras soldadas formando o cóccix.

Os discos intervertebrais
Os discos são parecidos com almofadas, localizadas entre as vértebras. Separam os ossos para não escorregarem um sobre o outro. O disco é composto de um núcleo gelatinoso que amortece os choques e socos que vem dos movimentos.
Em volta do disco, existe uma matéria fibrosa e sólida que retém a substância gelatinosa no centro.
Quando se carrega um peso, os discos intervertebrais atuam como amortecedores hidráulicos. Mas para que os discos não mudem de formato e para evitar que sejam amassados definitivamente, a natureza concebeu um sistema mirabolante.

O disco intervertebral tem um núcleo gelatinoso, cuja função é distribuir regularmente a pressão em todos os eixos! Fantástico!

Quando as duas faces das articulações das vértebras ficam paralelas, como por exemplo, quando se carrega peso sobre a cabeça, o núcleo fica localizado bem no centro do disco.
Ao contrário, se as faces das articulações estiverem oblíquas, o núcleo tende a se deslocar, para frente ou para trás do platô da articulação.




Os ligamentos
O papel dos ligamentos é duplo.
Eles dão firmeza e união às vértebras entre elas, e graças à elasticidade, eles permitem as mudanças de formato da coluna que os movimentos desencadeiam.

Complexidade da  rede de  ligamentos
- o ligamento comum anterior: nas faces anteriores dos corpos vertebrais e dos discos intervertebrais
- o ligamento posterior que adere às faces posteriores dos discos intervertebrais
- os ligamentos que unem as vértebras aos ossos do esqueleto (crânio, e bacia principalmente )
- os movimentos são possíveis graças a 2 atores principais:
- os ligamentos que se deformam temporariamente para alongar ou contrair, permite o afastamento ou a aproximação das vértebras entre si.
- os discos intervertebrais cujo anel periférico permite a mobilidade do núcleo gelatinoso, como se fosse uma almofada compressível, que acompanharia os movimentos de flexão ou extensão

Problemas mais corriqueiros
Dor Lombar ou Lombalgia ( lumbago)
Rupturas das fibras do disco intervertebral. Parecida como uma « entorse » porque é consecutiva a um esforço brutal para endireitar o corpo ou saindo da cama.
Esse problema pode também acontecer por causa de uma tosse violenta.
Tendo ou não a percepção de um rompimento interno, o resultado é o bloqueio da coluna na altura das vértebras lombares, gerando uma grande dor!
O tratamento:
Ficar na cama, repousando com analgésicos e ou remédios para descontrair a musculatura, eventualmente manipulações vertebrais. 
Existe um risco da dor se tornar crônica se a pessoa não se conscientiza da necessidade de modificar a sua postura, de reforçar a musculatura local e abdominal.

A dor ciática
É uma dor que está no percurso do nervo de mesmo nome. Isso geralmente acontece por causa da compressão unilateral da raiz nervosa saindo do canal raquidiano, ou seja:
- entre as 4ª e 5ª vértebras lombares (L4 e L5): a dor atravessa a nádega na face externa da coxa e da perna, para se propagar até o pé e o hálux.
- seja entre a 5ª vértebra lombar e a 1ª vértebra sacra (entre L5 e S1): a dor nesse caso desce por trás da perna até as plantas dos pés e os dedos mínimos.
Às vezes a dor não é tão definida enquanto só alguns feixes do nervo estão irritados. Pode assim só (felizmente!) sofrer da barriga da perna ou do calcanhar.
A causa mais freqüente é a hérnia de disco, mas pode também acontecer devido:
- a uma artrose lombar, que aos pouco estreita o diâmetro do canal raquidiano;
- a um desnivelamento entre 2 vértebras;
- mais raramente: uma doença inflamatória, infecciosa ou um tumor.

Dor devido ao nervo crural:
Menos freqüente que a dor anterior, essa dor vem do nervo crural que percorre 2 territórios privilegiados: a virilha e ao longo da face anterior da coxa, às vezes até a frente da perna.
A causa ë a mesma: compressão da raiz nervosa saindo entre a 3ª e a 4ª vértebra lombar (entre L3 e L4).

Meralgia Parestésica
É um sofrimento do nervo cutâneo femoral saindo entre as vértebras L1 e L2.
Parecem formigamentos, adormecimento ou sensação de queimadura no nível da face interna da coxa.
A causa vem do peso, ou até de uma cinta apertada.

Síndrome da Calda Eqüina
Fonte: www.msd-brazil.com/msdbrazil/patients/manual_Merck/mm_sec6_59.html

Anatomicamente a cauda eqüina é uma rede de nervos que descem em grupo dentro do canal vertebral, desde a extremidade inferior da medula espinhal até a saída, no nível das 3 ultimas vértebras lombares, das vertebrais do sacro e das vértebras do cóccix.
Pode se tratar de uma compressão dessas raízes que leva a uma falta de tônus nas pernas: os músculos ficam menos fortes, a sensibilidade é prejudicada, certos reflexos estão desaparecendo como os dos esfíncteres, gerando incontinência urinária ou fecal, ou retenção, distúrbios da sexualidade ou da pele.
A pessoa sente dores lombares que radiam na região genital ou perineal.
A causa a mais freqüente e a compressão da cauda eqüina por uma hérnia de disco entre L2 e L5. Às vezes artrose, que reduz o canal raquidiano.

Nevralgia cérvico-braquial
8 pares de nervos saem das vértebras cervicais para formar o plexo (entroncamento de nervos) cérvico-braquial.
A irritação dessas raízes gera uma dor acima da clavícula. Essa dor irradia no braço, até a mão e os dedos (sensação de formigamentos). O território da dor vai depender de qual raiz que está comprimida.
A causa a mais freqüente é a artrose cervical e menos freqüente, uma hérnia de disco.
Raramente: a origem pode ser um tumor, viral, imunológica ou um outro diagnostico como uma costela a mais ou uma diabete mal equilibrada.
Essas dores acontecem principalmente durante a noite; tratamento como antiinflamatórios, analgésicos e sessões de fisioterapia ou osteopatia.

Artrose
É um processo de autodestruição das células das cartilagens. Acontece por causa da hiperpressão. Parece que a artrose e conseqüência do envelhecimento dos tecidos e não das pessoas.
Umas “excrescência ósseas” aparecem nas beiras das articulações, formando “bicos de papagaio”. Eles são terríveis no nível das vértebras cervicais, onde existem inúmeras fibras nervosas.
Essa compressão pode desencadear distúrbios como torcicolo, dores de cabeça, sensações de vertigem, distúrbios da região da laringe.
Nem sempre doe.
Tratamento proposto: analgésicos e antiinflamatórios, aliados a fisioterapia, e em último caso, corticóides.

Osteoporose
O osso é um tecido submetido a um processo de construção permanente. Com a idade o esqueleto perde um pouco da sua densidade (+ou- 1/3 aos 70 anos) e fica mais frágil.
A osteoporose é uma exagero nesse fenômeno natural, acontecendo nos 2 sexos.
Parece que na mulher, as causas sejam hormonais.
A causa principal – segundo a tese oficial - é a parada da produção de oestrogênos, hormônios protetores do tecido ósseo, depois da menopausa.
Pode existir outras causas: genética, carência em cálcio e proteínas, tratamento com certos remédios como corticóides, desequilíbrio da tiróide.

Espondilartrite
É um tipo de reumatismo inflamatório que atinge principalmente os homens jovens de 18 até 30 anos.
Aos poucos a dor se propaga para o esqueleto e pode deformar a coluna, ou até soldar as vértebras. Não se conhece bem a causa...
Geralmente é tratada com antiinflamatórios e fisioterapia.

Fibromialgia
As dores vertebrais podem vir de um mau funcionamento das vias nervosas da dor.
As mulheres são as mais afetadas, 8 mulheres em cada 10 pessoas, estão sofrendo dessa patologia, começando geralmente por dores nas costas. As dores generalizadas são tratadas com analgésicos e anti-depressores.

As curvas da coluna vertebral
As curvas permitem que a coluna tenha um certo grau de elasticidade, uma função de mola, alternando cifoses e lordoses.
- cifose = convexidade
- lordose = concavidade
Essas curvas estão se equilibrando, uma em relação a outra, sendo que, ao longo dos anos, a gravidade atua sobre o empilhamento de vértebras e sobre o esqueleto.

A 3ª vértebra lombar

As vértebras têm um formato definido dependendo de sua função.
As vértebras lombares são maiores que as vértebras torácicas.
A L5 tem um formato especial para servir de transição para o sacro, mais ou menos horizontalizado, dependo do tipo morfológico ou a postura da pessoa.
Mas a vértebra L3, pela posição, serve de transição entre o tórax e a bacia.
- possui um arco posterior grande que serve de ponto de apoio ao músculo epi-espinhoso para endireitar a coluna, como se fossem corda segurando um mastro, essas laminas seguram da L3 até T2.
- é fixado à bacia pelo intermediário dos feixes ilíacos do músculo dorsal longo.
- é a primeira vértebra móvel da coluna lombar, sendo que L4 e L5 estão fortemente fixadas a bacia e formam uma transição estática, mais que dinâmica em direção às pernas.


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