Ser professor de Yoga
Cada pessoa procura a prática do Yoga por alguma razão especial, e através da dedicação e do tempo doado à prática, alcança os benefícios desejados. Ao perceber um estado de paz interior e bem-estar muitas ficam encantadas e acabam por projetar suas expectativas no professor de Yoga. Ele se torna uma pessoa importante e admirável, afinal trabalha com aquilo que ama, e transmite ensinamentos que podem transformar a vida dos alunos, assim como vem transformando a sua.
Pensando desta forma nasce dentro de muitas pessoas um desejo enorme de mudar tudo na vida, uma vontade de deixar o emprego que não satisfaz o coração e se tornar professor de Yoga também. No entanto, é importante lembrar que com a profissão nasce também uma responsabilidade, um dever, nasce o dharma de ser professor de Yoga. E assim como a prática, esse dever ultrapassa os limites da sala de aula, tornando-se um emprego de tempo integral.
Alguns questionamentos surgem durante a caminhada do dividir conhecimentos. O primeiro deles é: o que é ser professor de Yoga?
Outro é: o que necessito saber? Quando sei que estou pronto para ensinar? Ser professor de Yoga é na verdade ser um guia espiritual. É ser o espelho onde o aluno enxergar suas dificuldades e também a sua luz. É ser a pessoa que mostra o caminho para o auto-conhecimento. Aqui percebemos que não é uma tarefa tão fácil, pois para ser um guia espiritual que mostra o caminho para o auto-conhecimento é necessário ter andado por este caminho. Para ser o espelho que reflete os condicionamentos do aluno é necessário estar livre dos próprios condicionamentos. O professor é aquele que transmite o conhecimento já realizado.
Então a dúvida para os professores. Será que somos professores? Ou apenas pessoas que transmitem técnicas e vislumbres do que seja essa experiência de realização através do Yoga? Acredito que é melhor a segunda opção, menos pretensiosa, mas realista. Somos instrutores, aquele que indica o caminho, pois conhece a direção e necessita de companhia para caminhá-lo. Afinal, aprendemos e muito ensinando.
Estou em contato com o Yoga há mais de 16 anos, e venho ensinando alunos regulares e futuros professores há quase 12 anos. Diariamente aprendo, continuo estudando, pesquisando, escrevendo, praticando e fazendo cursos de aperfeiçoamento. Tenho a sensação de estar no inicio da caminhada, tenho muito a aprender. Com a experiência vivida trago algumas informações relevantes para aqueles que ensinam e almejam iniciar nessa caminhada.
O importante é ensinar sem pretensões, é ser verdadeiro, é ser exemplo, não é necessário saber tudo, é necessário ser honesto em relação aquilo que se sabe e em relação as suas limitações. Acredito que existem qualidades básicas para ser professor. Afinal ensinar é mais do que transmitir técnicas. É necessário antes de tudo ter compaixão por todos aqueles que anseiam aprender.
Além disso, é desejável manter uma atitude de desapego, lembre-se que os alunos não são “seus”, são alunos, que em algum momento irão escolher você para ensiná-los e em outros, irão procurar outra pessoa. Essa atitude nos protege de uma auto-crítica severa, pois quando estamos livres do sentimento de apego, não sofremos e nem duvidamos dos nossos conhecimentos ao “perder” um aluno. No entanto estar atento em relação a rotatividade muito grande de alunos é fundamental. É fácil dar aula para muitos alunos novos, é só fazer uma boa divulgação de seu trabalho. O difícil é mantê-los, para isso continue estudando e nas aulas aprofunde assuntos teóricos e espirituais.
Cuide para não “vestir” a projeção dos alunos, percebo isso acontecendo com vários colegas de trabalho. Assim como os alunos irão colocá-lo num pedestal, irão retirá-lo quando perceberem que você é uma pessoa normal, que está ensinando e aprendendo, tentando e dando o melhor de si. Na verdade todos nós como alunos almejamos encontrar o professor perfeito, e às vezes temos uma idéia platônica em relação aquele que escolhemos como professor. Quando a idealização não corresponde com a realidade, acabamos por perder o professor. Na verdade quem perde é o aluno, devemos aprender com aquilo que gostamos e também aprender a não repetir o que não gostamos.
Como professora, creio que o maior dever é incentivar e entusiasmar o aluno a praticar. Afinal sabemos que ao dedicar tempo a pratica, o Yoga se manifesta. Aprendi com a experiência que ao ministrar muitas aulas por dia acabamos diluindo a energia entre elas, e com isso diluímos também o entusiasmo, desta forma não fazemos bem o papel de professor. Concentre sua energia em dar poucas e excelentes aulas, com certeza isso trará bons resultados.
Caso você seja apenas um praticante encantado com os benefícios do Yoga e está entusiasmado em aprender mais e dividir seus conhecimentos, pense bem antes de deixar seu emprego e mudar totalmente a sua vida. Não é porque o Yoga se tornou uma ferramenta para seu crescimento, que a melhor forma de estar em contato com ele é se tornando professor. O contrário pode acontecer, você pode ficar tão envolvido com a prática de seus alunos que acaba não tendo tempo para a sua.
A profissão é maravilhosa, traz muita satisfação, porém a dedicação deve ser intensa. Para crescer é necessário investir em cursos de aperfeiçoamento, ter tempo para praticar, estudar e produzir conhecimento escrevendo textos e fazendo pesquisas. Não basta somente ministrar aulas, é necessário saber como lidar com aspectos mais densos da profissão, como cuidar da limpeza e harmonização do espaço em que trabalha, ter o compromisso de não falhar nos horários, divulgar o seu trabalho e saber cobrar por ele, além de tantas outras coisas básicas e pequenas que conduzem ao sucesso.
Este texto não tem como objetivo desanimá-lo em relação à idéia de ser professor, mas sim deixar muito claro que o entusiasmo deve ser grande o suficiente para aniquilar todas as dificuldades.
A sugestão é: se você está encantado pelo Yoga, continue praticando faça um curso de formação, aperfeiçoe sua prática, estude e leia muito. Mas como saber se está preparado? Lembre-se que a pessoa só aprende a nadar, entrando na água, e que aprendemos a ensinar a cada aula, a cada aluno novo, a cada dificuldade. Reflita se o seu dharma é ser professor, pois quando o dharma é seguido, o karma é suave, produz crescimento.
Camila Reitz
Pensando desta forma nasce dentro de muitas pessoas um desejo enorme de mudar tudo na vida, uma vontade de deixar o emprego que não satisfaz o coração e se tornar professor de Yoga também. No entanto, é importante lembrar que com a profissão nasce também uma responsabilidade, um dever, nasce o dharma de ser professor de Yoga. E assim como a prática, esse dever ultrapassa os limites da sala de aula, tornando-se um emprego de tempo integral.
Alguns questionamentos surgem durante a caminhada do dividir conhecimentos. O primeiro deles é: o que é ser professor de Yoga?
Outro é: o que necessito saber? Quando sei que estou pronto para ensinar? Ser professor de Yoga é na verdade ser um guia espiritual. É ser o espelho onde o aluno enxergar suas dificuldades e também a sua luz. É ser a pessoa que mostra o caminho para o auto-conhecimento. Aqui percebemos que não é uma tarefa tão fácil, pois para ser um guia espiritual que mostra o caminho para o auto-conhecimento é necessário ter andado por este caminho. Para ser o espelho que reflete os condicionamentos do aluno é necessário estar livre dos próprios condicionamentos. O professor é aquele que transmite o conhecimento já realizado.
Então a dúvida para os professores. Será que somos professores? Ou apenas pessoas que transmitem técnicas e vislumbres do que seja essa experiência de realização através do Yoga? Acredito que é melhor a segunda opção, menos pretensiosa, mas realista. Somos instrutores, aquele que indica o caminho, pois conhece a direção e necessita de companhia para caminhá-lo. Afinal, aprendemos e muito ensinando.
Estou em contato com o Yoga há mais de 16 anos, e venho ensinando alunos regulares e futuros professores há quase 12 anos. Diariamente aprendo, continuo estudando, pesquisando, escrevendo, praticando e fazendo cursos de aperfeiçoamento. Tenho a sensação de estar no inicio da caminhada, tenho muito a aprender. Com a experiência vivida trago algumas informações relevantes para aqueles que ensinam e almejam iniciar nessa caminhada.
O importante é ensinar sem pretensões, é ser verdadeiro, é ser exemplo, não é necessário saber tudo, é necessário ser honesto em relação aquilo que se sabe e em relação as suas limitações. Acredito que existem qualidades básicas para ser professor. Afinal ensinar é mais do que transmitir técnicas. É necessário antes de tudo ter compaixão por todos aqueles que anseiam aprender.
Além disso, é desejável manter uma atitude de desapego, lembre-se que os alunos não são “seus”, são alunos, que em algum momento irão escolher você para ensiná-los e em outros, irão procurar outra pessoa. Essa atitude nos protege de uma auto-crítica severa, pois quando estamos livres do sentimento de apego, não sofremos e nem duvidamos dos nossos conhecimentos ao “perder” um aluno. No entanto estar atento em relação a rotatividade muito grande de alunos é fundamental. É fácil dar aula para muitos alunos novos, é só fazer uma boa divulgação de seu trabalho. O difícil é mantê-los, para isso continue estudando e nas aulas aprofunde assuntos teóricos e espirituais.
Cuide para não “vestir” a projeção dos alunos, percebo isso acontecendo com vários colegas de trabalho. Assim como os alunos irão colocá-lo num pedestal, irão retirá-lo quando perceberem que você é uma pessoa normal, que está ensinando e aprendendo, tentando e dando o melhor de si. Na verdade todos nós como alunos almejamos encontrar o professor perfeito, e às vezes temos uma idéia platônica em relação aquele que escolhemos como professor. Quando a idealização não corresponde com a realidade, acabamos por perder o professor. Na verdade quem perde é o aluno, devemos aprender com aquilo que gostamos e também aprender a não repetir o que não gostamos.
Como professora, creio que o maior dever é incentivar e entusiasmar o aluno a praticar. Afinal sabemos que ao dedicar tempo a pratica, o Yoga se manifesta. Aprendi com a experiência que ao ministrar muitas aulas por dia acabamos diluindo a energia entre elas, e com isso diluímos também o entusiasmo, desta forma não fazemos bem o papel de professor. Concentre sua energia em dar poucas e excelentes aulas, com certeza isso trará bons resultados.
Caso você seja apenas um praticante encantado com os benefícios do Yoga e está entusiasmado em aprender mais e dividir seus conhecimentos, pense bem antes de deixar seu emprego e mudar totalmente a sua vida. Não é porque o Yoga se tornou uma ferramenta para seu crescimento, que a melhor forma de estar em contato com ele é se tornando professor. O contrário pode acontecer, você pode ficar tão envolvido com a prática de seus alunos que acaba não tendo tempo para a sua.
A profissão é maravilhosa, traz muita satisfação, porém a dedicação deve ser intensa. Para crescer é necessário investir em cursos de aperfeiçoamento, ter tempo para praticar, estudar e produzir conhecimento escrevendo textos e fazendo pesquisas. Não basta somente ministrar aulas, é necessário saber como lidar com aspectos mais densos da profissão, como cuidar da limpeza e harmonização do espaço em que trabalha, ter o compromisso de não falhar nos horários, divulgar o seu trabalho e saber cobrar por ele, além de tantas outras coisas básicas e pequenas que conduzem ao sucesso.
Este texto não tem como objetivo desanimá-lo em relação à idéia de ser professor, mas sim deixar muito claro que o entusiasmo deve ser grande o suficiente para aniquilar todas as dificuldades.
A sugestão é: se você está encantado pelo Yoga, continue praticando faça um curso de formação, aperfeiçoe sua prática, estude e leia muito. Mas como saber se está preparado? Lembre-se que a pessoa só aprende a nadar, entrando na água, e que aprendemos a ensinar a cada aula, a cada aluno novo, a cada dificuldade. Reflita se o seu dharma é ser professor, pois quando o dharma é seguido, o karma é suave, produz crescimento.
Camila Reitz
Comentários