Neurociência atesta que o yoga ajuda a conquistar o autocontrole
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Texto retirado do site www.segs.com.br
A emoção comanda as ações cotidianas da grande maioria das pessoas, mas ser conduzido pelas emoções pode ser desastroso em inúmeras situações
Nos últimos dias, dois casos de professores que tiveram ataque de fúria em sala de aula foram destaque nos noticiários. Ao perderem o controle de suas emoções, eles gritaram, xingaram, agrediram pessoas e, certamente, serão punidos por isso. Casos como esses acontecem todos os dias com profissionais das mais diversas áreas e em outras tantas situações, como a pessoa que se descontrola no trânsito ou a esposa que perde a paciência com o marido pelo atraso para o jantar.
As consequências desses impulsos podem ser catastróficas. Um profissional que não tem comando sobre seus sentimentos é mal visto pelos superiores e pode perder oportunidades de promoção, uma discussão no trânsito pode acabar em agressões graves e os bate-bocas desgastam o relacionamento. Mas é possível reverter esse quadro e controlar os sentimentos. O psicofisiologista e coach ontológico Marcello Árias Dias Danucalov explica que as emoções são causadas por substâncias químicas cerebrais, mas práticas como o yoga e a meditação ajudam a conquistar o autocontrole.
“Nos últimos anos, as descobertas das áreas relacionadas às neurociências tem atestado que os nossos pensamentos racionais, conscientes, são meros moduladores de nossas forças biologicamente mais primitivas, que emergem das profundezas de nosso cérebro mais primitivo. Lá, habita o nosso submundo inconsciente. Mas segundo algumas tradições filosóficas orientais, o que você é num determinado momento, é fruto de como você interpreta a situação. Desta maneira, a raiva não é você, é uma parte de você. Assim como não é você que está presente nos momentos de alegria, e sim uma pequena parte de um todo muito mais complexo. Os maiores responsáveis por tais comportamentos são as tais substâncias químicas, que em última análise, as técnicas advindas da prática do yoga e da meditação tentam entender, dominar, e por que não dizer, de certa forma, transcender”, esclarece o psicofisiologista.
Nos últimos anos a ciência começou a se interessar pelo yoga e pela meditação enquanto técnica de desenvolvimento e aprimoramento cérebro/mental. Inúmeros hospitais e centros de pesquisa têm estudo tais técnicas com grande rigor. Danucalov explica que um dos pressupostos do yoga é o desenvolvimento da concentração, pois, uma vez focado em um só objeto pelo maior tempo possível, o yogue (pessoa que pratica o yoga) diminuiria seus estímulos sensoriais, reduzindo assim seu bombardeamento químico cerebral. Assim, o praticante de yoga entra em contato com um estado cerebral onde clareza perceptiva e racionalidade ponderada subjugam pulsões e instintos mais primitivos. Isso faz com que o indivíduo tenha um maior grau de controle das situações ao seu redor, não se deixando dominar inteiramente pela neuroquímica das emoções.
Isso se explica, pois quando se fala de emoções se fala de medo, aversão, pânico, culpa, amor, ódio, raiva, entre outras tantas. Mas tais sentimentos não são percebidos somente na estrutura cerebral-mental. Essas emoções são somatizadas, ou seja, percebidas em nosso próprio corpo. “As emoções humanas se expressam também em nosso corpo, gerando tensões musculares, dores de cabeça, hipertensão, quando negativas, ou prazer, leveza e bem estar, quando positivas. Estes reflexos corporais indicam que somos portadores de curiosas vias que conectam as emoções geradas no cérebro, com todas as células corporais”, ressalta Danucalov.
Uma das hipóteses do hatha-yoga, o yoga do corpo, hoje compreendida pela ciência contemporânea, é que as emoções interferem nas sensações corporais da mesma forma que as sensações corporais também podem influenciar as emoções. “Esta escola afirma que o desenvolvimento de nossas percepções pode ser melhorado na medida em que focamos nossa atenção em nosso próprio corpo. As séries de posturas físicas conhecidas como ásanas devem ser realizadas com a máxima concentração, com a maior calma possível, assim como com o menor dispêndio energético. Segundo o hatha-yoga, as sensações corporais de relaxamento e tranquilidade retroalimentariam nossas complexas estruturas neuronais, informando-as de que tudo vai bem, criando assim um ambiente favorável ao aparecimento de emoções positivas”, esclarece o psicofisiologista.
Além do yoga e da meditação, técnicas mais cognitivas, como o coaching de abordagem ontológica e as terapias cognitivo comportamentais são outras atividades que exigem atenção, interiorização e percepção de pensamentos automáticos disfuncionais e podem ajudar quem almeja comandar, ao menos parcialmente, os próprios impulsos.
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