Sadhana " a prática espiritual"




Prática como o próprio nome diz, é algo que a gente adota e torna-se um hábito. Pode se tratar de uma seqüência de exercícios baseados em regras ou postulados como é o caso do Yoga de Patanjali.
Existem muitas espécies de práticas espirituais, cada Ser segue seu caminho de acordo com seu coração e vontande.
A prática requer uma entrega, um interesse e principalmente aceitação; a jornada é longa e sem dedicação só se consegue insucesso.
Repetir certos exercícios todos os dias e sair por aí dizendo que faz isto ou aquilo, nada quer dizer; aliás, lembra muito aquele que faz preces que não alcança os Céus. Tornar-se puramente um hábito osmótico.
O Sadhana, mais do que uma entrega requer muita atenção e força de vontade para realmente transcender as limitações.
É através do Sadhana que esvai a dúvida, que encontra a confiança, as oportunidades de expansão, a liberdade, o conhecimento e etc. Trata-se de um caminho solitário que jamais dispensa orientação. Mas deve-se seguir dia a dia com o coração aberto.
Também deve se apoiar em verdades e jamais ser falso consigo mesmo, quebrar práticas obviamente levam a retrocessos e insucessos; como uma pessoa que adota uma dieta e quebra muitas vezes, óbvio que o insucesso virá.
Observar e entender qual é a verdadeira proposta da prática espiritual que adotou também é extremamente importante. Algumas práticas são estimuladas pela mídia. Cuidado! Isto pode ser pernicioso no caminho espiritual. Afirmo isto pois, até um tempo atrás a coisa com a Cabala estava em alta. Muitas vezes estes estímulos só aumentam a dúvida e ao invés de nos integrar a uma prática espiritual; ou apenas nos exclui de uma verdadeira prática espiritual.
Quando optamos por uma prática precisamos estuda-la, e é necessário nos encaixar em espaço e tempo. Quando foi que surgiu aquela prática, como as pessoas pensavam na época e qual era o objetivo. Então confrontamos estas informações com anseios e realidade pessoal. Desta forma, temos ferramentas para medir a real necessidade de adotar uma prática nova. As vezes não falta uma prática nova, talvez aprofundamento na própria.
É necessário tomar cuidado e não trocar uma crença por outra simplesmente para "tapar buracos". Se algo lhe decepcionou na prática espiritual que seguia, avalie porque, e, veja se isto na verdade está relacionado com caminho ou apenas conflitos de interesses com outros Seres.
Aliás, é difícil medir um rito, uma filosofia, uma religião pelo hábito do outro, temos um caminho solitário a seguir; precisamos é medir se as ferramentas são eficazes, e esta conclusão só surge junto com a prática.
Há pessoas que costumam transitar de uma religião para outra, filosofia para outra, um vai vem tremendo; as vezes por ilusão, as vezes por falta de aprofundamento. Enfim, isto está na escolha de cada um, mas sinceramente não sei se isto é Sadhana ou simplesmente experiências, talvez várias formas de experimentar Sadhana, não sei. No meu caso precisei de aprofundamento, hoje vejo que necessito também de atenção e cuidado, pois a quebra da prática me faz retroceder certamente.
Também percebi que só fazer a parte A, pular a C não leva a lugar algum. Sadhana é algo sério e no caso dos Sutras de Patanjali por exemplo, um postulado produzido por alguém que certamente sabia muito o bem o que estava falando; é impossível pular fases, é impossível mudar a prática. Ela precisa seguir seriamente, mas ao mesmo tempo sem rigidez, mas vontade no coração.
Quando a vontade do coração é desperta, a dúvida vai embora, o caminho se torna mais livre. Alguns momentos coisas incríveis surgem, outros momentos coisas duras das quais é necessária trabalhar no próprio Ser.
Quando se está firme no Sadhana e segue o caminho de coração aberto, a ilusão de se tornar um Santo, um Iluminado que necessita de honras e etc também se vai. Entende-se a importância do Sadhana e mesmo tendo alcançado algo durante o caminho, entende-se que aquilo que foi alcançado é somente uma parte do caminho, não o Todo.
E, se espiritualidade significa estado de completude, quer dizer que o próprio caminho, Sadhana, elimina esta ilusão de incompletude.
Assim o praticante continua com o Sadhana servindo e disposto a cumprir o que deve cumprir.

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