Mudrás
São vários os mudrás utilizados durante os pránáyáma e na práticas de ásanas
"No Shiva Samhita eles são descritos na seguinte ordem:
Capítulo IV:
1. Yoni Mudrá
2. Maha-Mudrá
3. Maha-Vedha Mudrá
4. Kechari-Mudrá
5. Jalándhara-Mudrá
6. Vajrondi-Mudrá
7. Shakti-Chalan Mudrá"
* além destes, existem outros.*
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Aqui será descrito somente os Mudrás realizados como gestos de Mãos. Para Conhecer os Mudrás descritos nas Sagradas Escrituras como método de controlar prana e apana, vá para o índice do blog e acesse cada Mudrá individualmente.
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MUDRÁS EXECUTADOS COM AS MÃOS
Veja os mudrás mais utilizados durante as técnicas de pránáyámas e meditação:
1. Jñana Mudrá - Gesto do Conhecimento. indicador e polegar unidos, formando um círculo;
2. Añjali Mudrá - palmas das mãos unidas, na altura do anáhata chakra, como em saudação;
3. Brahma Mudra - gestos feito com a cabeça, vide abaixo como se realiza;
4. Atman Mudrá - todos os dedos envolvendo o polegar, que deve estar dobrado para dentro da mão;
5. Prana Mudrá - polegar tocando o mindinho e o anelar, deixando os outros dedos livres.
6. Mukula Mudrá - os cinco dedos unidos pelas pontas;
7. Shúnya Mudrá - Gesto do Pleno. Pressionando com o polegar o dedo médio;
8. Yoni Mudrá - Gesto do Ventre;
9. Vishnu Mudrá - dobram-se os dedos indicador e médio deixando os demais livres;
10. Shiva Mudrá - repousa-se a mão direita sobre a esquerda deixando que os polegares se toquem, formando assim um círculo.
1. Jñana Mudrá
Jñána mudrá significa 'o gesto que outorga o conhecimento'. Os dedos indicador e polegar se unem pelas pontas, formando um círculo, e os outros permanecem juntos e descontraidamente estendidos. Este mudrá também recebe o nome de shráddha prána kriyá, significando shráddha atenção, verdade, lealdade. Prána kriyá refere-se à dinamização da energia vital.
Este mudrá é amplamente utilizado para a prática de pránáyáma e meditação. Fecha um circuito eletromagnético no corpo sutil do praticante, impedindo que a energia se disperse durante a prática de Yoga. Estimula a respiração e a irrigação sangüínea no cérebro, aumenta as capacidades intelectuais e a memória e facilita a concentração no ájña chakra, centro do conhecimento intuicional.
Se você for usar este gesto para respiratórios ou concentração, lembre que a posição sentada deve ser estável porém cômoda, mantendo a coluna vertebral naturalmente ereta, os ombros, braços e pernas relaxados e a fisionomia descontraída. No contexto da dança, simboliza sinais favoráveis, cerimônias auspiciosas, determinação, decisão, ensinamentos, guirlandas de flores, meditação, o yantra Om. Na iconografia hindu simboliza sabedoria.
Extraído do livro Mudrá, gestos de poder.
2. Añjali Mudrá (Pronan Mudra)
Añjali mudrá é o gesto de saudação. Se faz unindo as palmas das mãos frente ao peito, com os dedos para cima e os antebraços horizontais.
Añjali significa saudar, elevar, invocar, trazer, cultivar. Transmite sentimentos positivos, cordialidade e boas intenções. Na Índia, este gesto equivale ao nosso aperto de mãos. Nas práticas de Yoga é usado para fazer a saudação inicial e a final. Unindo as palmas das mãos, se colocam em contato seus respectivos chakras, potencializando a energia que será transmitida.
Añjali significa saudar, elevar, invocar, trazer, cultivar. Transmite sentimentos positivos, cordialidade e boas intenções. Na Índia, este gesto equivale ao nosso aperto de mãos. Nas práticas de Yoga é usado para fazer a saudação inicial e a final. Unindo as palmas das mãos, se colocam em contato seus respectivos chakras, potencializando a energia que será transmitida.
Este gesto pode dirigir-se à deidade (devatá) com as mãos unidas sobre a cabeça; ao mestre, com as mãos frente à testa; à guisa de saudação (namaskára) entre as pessoas, com as palmas frente ao peito, ou ainda com uma mão só.
É a saudação inicial e final nas danças indianas. Quando feita aos lados do corpo no Bhárata Nátyam (dança clássica hindu), representa reverência aos deuses guardiões dos pontos cardeais. Ao fazê-lo em equilíbrio sobre um pé só, com os braços estendidos para cima, representa a ascese yogi (tapas). Quando as palmas ficam separadas, mas as pontas dos dedos ainda se tocam, possui, todavia o mesmo sentido de homenagem.
"Este diagrama aéreo é tão rico em respeito contido, em distinção espontânea, em recolhimento, gratidão e deferência, enobrece tão naturalmente àquele que o desenha sobre o horizonte da amizade, que surge nele a vontade de fazer do añjali sua única função, de praticá-lo como uma arte ou uma forma de Yoga. Este simples gesto, mesmo quando feito mecanicamente, outorga paz e equilíbrio, introverte e sacraliza. O añjali é o mais belo gesto que o homem criou ao empreender a mais maravilhosa das aventuras, a da comunicação; ou, melhor, um gesto que ele herdou dos deuses, pois esta foi a saudação que eles intercambiaram no início dos mais antigos poemas."
Jean Biès, L‘Inde ici et maintenant, p.64.
3. Brahma Mudra
vivendo a Criação consciente
No Yoga, originado do mito de Criação de Brahma, surgiu o Brahma Mudra, ou o Selo de Brahma.
Na maioria das vezes, os mudras são realizados por meio de gestos com as mãos, mas especificamente emBrahma Mudra é a cabeça que se move lentamente em quatro direções: para a esquerda, para a direita, para cima e para baixo.
Muito simples de ser realizado, esse mudra é muito profundo em seus efeitos. Há um senso de simultaneidade, de percepção da integração entre todas as direções e dimensões da consciência, uma quase onisciência. Pois Brahma Mudra nos conecta diretamente ao nosso universo interior e nos coloca em sintonia com sua vibração essencial. Paralelamente, nos permite experimentar o processo simulado da Criação. A sensação que predomina é a da ausência do tempo.
A prática diária de Brahma Mudra faz com que comecemos a entender a dinâmica da vida onde, de fato, não existem separações entre nossas ações e os acontecimentos que nos cercam, mas apenas desdobramentos da realidade que podemos apreender. Ao mesmo tempo, conseguimos perceber que estamos todos em constante processo de criação, colaborando com um Universo mutável e em constante expansão.
Ao que tudo indica, Brahma, o criador tetracéfalo do Universo, não concluiu sua obra. Sábia e gentilmente, ele a deixou inacabada para que pudéssemos participar também, para que, um dia desses, possamos descobrir e vivenciar não só a origem do Universo, mas o verdadeiro propósito que permeia esse vasto Oceano Cósmico.
4. Atman Mudrá
Para respiratório e mantra (as mãos formam um vórtice diante do swádhisthána chakra); Este selo tem um efeito semelhante ao anterior, só que agora com os dez dedos envolvidos, formando o circuito de alta amperagem, e localizado diante de um chakra principal. Cria um empuxo que ascensiona a energia sexual coluna acima.
5. Prana Mudrá
Prána em sânscrito é o termo usado para designar a bioenergia, a energia vital que dá a manutenção da vida. No caso deste mudrá está se referindo ao tipo de prána chamado prána que aponta para cima e fica na região da cabeça. Este mudrá conecta polegar com mínimo e anelar, é um mudrá magnético que tem por finalidade criar um circuito que retém e/ou estimula o apána.
6. Mukula Mudrá
Também conhecido como "o botão". É feito juntando as pontadas dos dedos voltadas para cima. Simboliza uma flor desabrochando.
7. Shúnya Mudrá
Shúnya significa vazio. Descanse as costas das mãos nos joelhos. Pressione a ponta do dedo médio dentro da palma da mão, na raiz do polegar. Segure o dedo médio com o polegar e estenda os dedos restantes.
8. Yoni Mudrá
Gesto do ventre. Entrelace os dedos para dentro, na frente do baixo abdômen. Estenda o dedo indicador direito e esquerdo, tocando as pontas dos dedos. Faça o mesmo com os polegares. Deve localizar-se a 4 dedos abaixo do umbigo
9. Vishnu Mudrá
Vishnu é o deus da Criação. Este mudrá é utilizado nos exercícios de Nadi Shoddhana Pránáyáma para obstruir as narinas alternadamente. O polegar obstrui a narina direita e o anelar obstrui a narina esquerda. Dobre o indicador e o médio, deixando livres o polegar, o anelar e o mínimo.
10. Shiva Mudrá
Usado em meditação e em exercícios de pránáyáma, dhárana ou dhyana. Em qualquer ásana sentado, coloca-se a mão direita (positiva) aberta em semi-concha sobre a mão esquerda, apoiando os ante-braços nas coxas.
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