Acessórios Apropriados
A inteligência é a parte da nossa consciência que nos possibilita observarmos objetivamente a nós
A inteligência é a parte da nossa consciência que nos possibilita observarmos objetivamente a nós
Os props de Yoga reeducam e acalmam a mente ao despertar a inteligência do corpo
Por Leslie Peters*
Yoga é um assunto complexo com uma definição muito simples: Yogah cittavrtti nirodhah (Yoga Sutra, I.2), que significa, segundo a interpretação de B. K. S. Iyengar em seu livro Light on the Yoga Sutras of Patañjali (Ed. Rodale, não traduzido),yogis dividem a consciência em três partes: mente, ego e inteligência. Em seu último livro, Luz na Vida, Iyengar ompara esses três componentes a camadas. A camada mais externa é a mente. É responsável por peneirar toda informação que recebe por meio dos cinco sentidos, como em “Estou com fome” ou “Estou com frio”. Pelo fato de a mente gerar constantemente pensamentos e imagens, Iyengar compara-a a um computador que não consegue parar de processar, diferenciar ou fazer escolhas entre os dados. O ego é a camada mais interna da consciência. É o que nos dá o senso de separação, da não-totalidade, do “eu”, e a sensação de que somos o centro de tudo. O ego é valioso pois é importante saber que você não é o estranho sentado ao seu lado no ônibus ou uma árvore no jardim.
Mas o ego ganhou uma reputação negativa porque se detém em todos os desejos, preconceitos, ambições, opiniões e se identifica como sendo a soma de todos os êxitos, preocupações, possessões, trabalhos e qualquer outra coisa que alguém acumula. O ego ligase à vida e geralmente vive em seu passado de glórias ou no futuro assustador. Entre a mente e o ego está a camada do meio, a inteligência. As características distintas da inteligência são a sua capacidade de se perceber e a habilidade de fazer algo que nunca foi feito antes. Em outras palavras, a inteligência é a parte da nossa consciência que nos possibilita observarmos objetivamente a nós mesmos (incluindo a mente e o ego) e iniciar uma mudança. Iyengar descreve inteligência como “o revolucionário da nossa consciência”. Ele diz que quando uma camada de consciência está ativa, expande-se, causando retração nas outras camadas. Então, quando ativamos nossa inteligência, forçamos a mente hiperativa e o ego pegajoso a retroceder, dando a experiência de calma que é Yoga
Pele profunda
Muitos de nós pensamos que o cérebro físico é o único lugar em que inteligência e percepção ocorrem. Mas Iyengar diz que essa visão desvaloriza a inteligência nata do corpo – o veículo do yogi no caminho da tranqüilização da consciência. Ele insiste que a inteligência pode ser cultivada em cada célula do corpo. Um dos métodos que ele desenvolveu para expandir a inteligência é usar props (acessórios como blocos, cinta, cobertor e almofadão) durante a prática de asana. A pele é a nossa primeira camada de inteligência, e os nervos da pele alimentam a mente com informações, segundo o mestre.
“Todo prop deve imprimir algo novo no corpo”, Iyengar diz. Assim a inteligência pode ser cultivada. Não há sentido usar um prop se não aprendemos algo com ele”
Desde que um pedacinho de pele contenha mais de mil terminações nervosas, quando um prop toca a pele, nossa consciência é despertada e ativada. A inteligência é desenvolvida não porque sentimos algo, mas porque podemos observar onde o prop nos toca e onde não, e de que maneira o prop nos ensina algo novo. “Todo prop deve imprimir algo novo no corpo”, Iyengar diz. Assim a inteligência pode ser cultivada. Não há sentido usar um prop se não aprendemos algo com ele. Acalmar as flutuações em nossa consciência é uma disciplina exigente, difícil e impiedosa. Por essa razão, calor intenso ou tapas é essencial se alguém deseja progredir no caminho do Yoga.
Iyengar diz que tapas acende a lâmpada da inteligência e que é tarefa do guru acender esse fogo de cada um de seus alunos e derramar a luz da inteligência onde há escuridão ou ignorância. Ele compara os props aos gurus, que existem para guiar o aluno no caminho. “Gurus de verdade são raros e não aparecem facilmente”, ele diz. Quando o guru não está lá em pessoa, os props podem ser usados para guiar o praticante na direção da ação correta e da máxima inteligência. Quando usados dessa maneira, os props podem nos conectar em um processo de observação, discernimento e reflexão. Esse processo expandirá nossa inteligência e começará a ensinar como acalmar as flutuações da nossa consciência.
Leslie Peters foi diretor executivo do B. K. S. Iyengar Institute de Los Angeles de 1993 a 2004
Yoga é um assunto complexo com uma definição muito simples: Yogah cittavrtti nirodhah (Yoga Sutra, I.2), que significa, segundo a interpretação de B. K. S. Iyengar em seu livro Light on the Yoga Sutras of Patañjali (Ed. Rodale, não traduzido),yogis dividem a consciência em três partes: mente, ego e inteligência. Em seu último livro, Luz na Vida, Iyengar ompara esses três componentes a camadas. A camada mais externa é a mente. É responsável por peneirar toda informação que recebe por meio dos cinco sentidos, como em “Estou com fome” ou “Estou com frio”. Pelo fato de a mente gerar constantemente pensamentos e imagens, Iyengar compara-a a um computador que não consegue parar de processar, diferenciar ou fazer escolhas entre os dados. O ego é a camada mais interna da consciência. É o que nos dá o senso de separação, da não-totalidade, do “eu”, e a sensação de que somos o centro de tudo. O ego é valioso pois é importante saber que você não é o estranho sentado ao seu lado no ônibus ou uma árvore no jardim.
Mas o ego ganhou uma reputação negativa porque se detém em todos os desejos, preconceitos, ambições, opiniões e se identifica como sendo a soma de todos os êxitos, preocupações, possessões, trabalhos e qualquer outra coisa que alguém acumula. O ego ligase à vida e geralmente vive em seu passado de glórias ou no futuro assustador. Entre a mente e o ego está a camada do meio, a inteligência. As características distintas da inteligência são a sua capacidade de se perceber e a habilidade de fazer algo que nunca foi feito antes. Em outras palavras, a inteligência é a parte da nossa consciência que nos possibilita observarmos objetivamente a nós mesmos (incluindo a mente e o ego) e iniciar uma mudança. Iyengar descreve inteligência como “o revolucionário da nossa consciência”. Ele diz que quando uma camada de consciência está ativa, expande-se, causando retração nas outras camadas. Então, quando ativamos nossa inteligência, forçamos a mente hiperativa e o ego pegajoso a retroceder, dando a experiência de calma que é Yoga
Pele profunda
Muitos de nós pensamos que o cérebro físico é o único lugar em que inteligência e percepção ocorrem. Mas Iyengar diz que essa visão desvaloriza a inteligência nata do corpo – o veículo do yogi no caminho da tranqüilização da consciência. Ele insiste que a inteligência pode ser cultivada em cada célula do corpo. Um dos métodos que ele desenvolveu para expandir a inteligência é usar props (acessórios como blocos, cinta, cobertor e almofadão) durante a prática de asana. A pele é a nossa primeira camada de inteligência, e os nervos da pele alimentam a mente com informações, segundo o mestre.
“Todo prop deve imprimir algo novo no corpo”, Iyengar diz. Assim a inteligência pode ser cultivada. Não há sentido usar um prop se não aprendemos algo com ele”
Desde que um pedacinho de pele contenha mais de mil terminações nervosas, quando um prop toca a pele, nossa consciência é despertada e ativada. A inteligência é desenvolvida não porque sentimos algo, mas porque podemos observar onde o prop nos toca e onde não, e de que maneira o prop nos ensina algo novo. “Todo prop deve imprimir algo novo no corpo”, Iyengar diz. Assim a inteligência pode ser cultivada. Não há sentido usar um prop se não aprendemos algo com ele. Acalmar as flutuações em nossa consciência é uma disciplina exigente, difícil e impiedosa. Por essa razão, calor intenso ou tapas é essencial se alguém deseja progredir no caminho do Yoga.
Iyengar diz que tapas acende a lâmpada da inteligência e que é tarefa do guru acender esse fogo de cada um de seus alunos e derramar a luz da inteligência onde há escuridão ou ignorância. Ele compara os props aos gurus, que existem para guiar o aluno no caminho. “Gurus de verdade são raros e não aparecem facilmente”, ele diz. Quando o guru não está lá em pessoa, os props podem ser usados para guiar o praticante na direção da ação correta e da máxima inteligência. Quando usados dessa maneira, os props podem nos conectar em um processo de observação, discernimento e reflexão. Esse processo expandirá nossa inteligência e começará a ensinar como acalmar as flutuações da nossa consciência.
Leslie Peters foi diretor executivo do B. K. S. Iyengar Institute de Los Angeles de 1993 a 2004
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