Cientistas descobrem como estresse favorece aparecimento de doenças




Com seus métodos próprios e aos poucos, a ciência está chegando no ponto principal e desencadeador do processo do adoecimento. É uma boa notícia!


Globo Online
02/04/2012
Cientistas americanos anunciaram nesta segunda-feira uma descoberta que ajuda a entender a relação entre o estresse psicológico e o desenvolvimento de doenças. Até então, sabia-se que uma pessoa sob forte estresse é mais suscetível a sofrer de males como depressão e doenças cardíacas e infecciosas. Mas não estava claro como uma coisa leva a outra. Agora, uma equipe da Universidade de Carnegie Mellon, em Pittsburgh, identificou que a condição psicológica altera a capacidade do hormônio cortisol de regular a resposta inflamatória.


Isso acontece porque o estresse prolongado diminui a sensibilidade do tecido ao hormônio. Ou seja, as células do sistema imunológico se tornam insensíveis ao efeito regulador do cortisol. A inflamação fora de controle é apontada como responsável pelo surgimento e o desenvolvimento de muitas doenças. O estudo, liderado por Sheldon Cohen e publicado na prestigiosa revista "Proceedings of the National Academy of Sciences", é importante para identificar quais doenças podem ser influenciadas pelo estresse e também para evitar que pessoas cronicamente estressadas adoeçam.


- A inflamação é, em parte, regulada pelo hormônio cortisol e quando ele não consegue cumprir esta função, a inflamação pode fugir do controle - explica Cohen.


Cohen, que já mostrou em outro trabalho que pessoas que sofrem de estresse são mais suscetíveis a desenvolver resfriados comuns, usou a mesma condição como modelo para testar sua teoria. Num resfriado comum, os sintomas não são causados por um vírus - ele é uma espécie de "efeito colateral" da resposta inflamatória que é desencadeada como parte do esforço do corpo para combater uma infecção. Quanto maior a resposta inflamatória ao vírus, maior é a probabilidade de desenvolver os sintomas de um resfriado.


No primeiro estudo de Cohen, depois de encerrada uma intensa entrevista com os voluntários sobre estresse, 276 adultos saudáveis foram expostos a um vírus que causa resfriado e monitorados em quarentena por cinco dias para identificar sinais de infecção de doença. Cohen descobriu que passar por um evento estressante por tempo prolongado está associado com a incapacidade das células do sistema imunológico de responder a sinais hormonais que normalmente regulam a inflamação. Por sua vez, as pessoas incapazes de regular a resposta inflamatória eram mais propensas a desenvolver resfriados quando expostas ao vírus.


No segundo estudo, 79 participantes saudáveis foram avaliados quanto a sua capacidade de regular a resposta inflamatória e depois foram expostos ao vírus que causa resfriado e monitorados para avaliar a produção de citocinas pró-inflamatórias, os mensageiros químicos que desencadeiam a inflamação. Cohen viu que quem se mostrou menos capaz de regular a resposta inflamatória, conforme a avaliação anterior, produziu mais destes mensageiros químicos indutores quando foram infectados.


-A capacidade do sistema imunológico de regular a inflamação indica quem vai desenvolver um resfriado, mas, mais importante que isso, oferece uma explicação de como o estresse pode causar uma doença - disse Cohen. - Quando expostas ao estresse, células do sistema imunológico são incapazes de responder ao controle hormonal, e consequentemente, produzem níveis de inflamação que causam uma doença. Como a inflamação tem um papel fundamental em muitos males, como os cardiovasculares, asma e doenças autoimunes, este modelo sugere por que o estresse atinge o organismo desta forma.


Fonte: www.oglobo.com.br

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