A meditação salva


Por: Thays Biasetti

Cada vez mais, a ciência comprova os benefícios de meditar, não só para a mente, mas para a saúde do corpo.
 


No Brasil, uma pesquisa realizada por médicos do Albert Einstein mostrou que pessoas que meditam regularmente (no mínimo há três anos, três vezes por semana) têm um cérebro mais eficiente do que os não meditadores. “Esse resultado se mostrou quando testamos a atenção em uma tarefa chamada Stroop, em que a pessoa deve escolher a cor em que uma palavra está escrita, em vez de ler a palavra. Por exemplo, se a palavra vermelho está escrita com ‘tinta’ verde, ele deve responder verde. Essa escolha envolve não apenas atenção, mas controle de impulso”, diz a médica Elisa H. Kozasa, do Instituto do Cérebro – Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein. A diferença do estudo do Einstein para outros que seguem o mesmo conceito é que as pessoas não foram estudadas meditando dentro do apa­relho. Os pesquisadores do hospital também descobriram, por imagens cerebrais, que as pessoas que não meditavam utilizavam uma parte maior do cérebro para a tarefa.

Outra pesquisa sobre meditação é realizada na Universidade de Brasília. O estudo de doutorado do psiquiatra Juarez Castellar investiga o impacto da prática sobre pacientes de câncer de mama. Os resultados mostraram que a meditação prânica (desenvolvida a partir dos ensinamentos do mestre indiano Baddhu Lari) melhorou o estado geral de saúde, a ansiedade e a confiança das praticantes. Além disso, houve melhora na qualidade de vida, aumento da melatonina, hormônio produzido pela glândula pineal que possui atividade estimulante da imunidade e ação antitumoral, e redução da interleucina-6, produto do sistema imunitário com atividade inflamatória, portanto nociva. O orientador da pesquisa, Eduardo Tosta, professor titular da Faculdade de Medicina da UnB, explica que esses resultados não devem se limitar ao câncer de mama e podem ser expandidos para outros tipos de pacientes.



Veja a seguir outras descobertas dos efeitos da meditação pelo mundo:
Uma pesquisa feita pela Universidade da Califórnia, com 60 pessoas durante três meses, mostrou que a prática de meditação aumenta os níveis da enzima telomerase, que ameniza o envelhecimento e reforça o sistema imunológico. Metade do grupo praticou a meditação durante seis horas todos os dias, enquanto a outra metade serviu como grupo de controle. O primeiro grupo tinha os níveis da telomerase 30% maiores do que o segundo.

Outro estudo da mesma universidade, com 36 pacientes diagnosticados com depressão clínica, e um estudo realizado pela Universidade do Havaí com 112 pacientes com doença cardíaca que corriam risco de sofrer de depressão, mostraram que as pessoas que praticaram meditação transcedental tiveram uma redução maior nos sintomas de depressão do que no grupo controle. Após um período de apenas três meses, os sintomas de depressão diminuíram quase 50%.

Cientistas do Massachusetts General Hospital realizaram uma pesquisa com 16 voluntários. Todos os participantes tiveram de fazer meditação por 30 minutos, diariamente, procurando se concentrar em sensações e sentimentos bons. Para constatar mudanças no cérebro, os voluntários faziam ressonância magnética antes e depois de cada prática de meditação. Os cientistas provaram que o volume e a densidade da massa cinzenta no hipocampo, onde ocorre o aprendizado e atividades de memória, aumentaram significativamente. Ocorreu também redução da densidade nas amígdalas, área reguladora do comportamento sexual e da agressividade e responsável pelos conteúdos emocionais das memórias.

Outra pesquisa, publicada no Journal of Neuroscience, feita com 15 voluntários saudáveis que nunca tinham meditado, ensinou uma técnica conhecida como atenção concentrada, forma de meditação em que as pessoas prestam atenção na respiração e não se distraem com pensamentos e emoções. Depois do estudo, os voluntários tiveram, em média, 40% de redução na intensidade e 57% de redução no desconforto causado pela dor. Os participantes foram examinados com ressonância magnética e um aparelho de calor foi colocado na perna dos participantes para aquecer a pele a 48ºC por mais de 5 minutos. Os exames feitos depois da prática mostraram que as dores dos participantes que tinham feito meditação foram reduzidas de 11% a 93%. A prática também diminuiu a atividade cerebral nas áreas responsáveis pelas sensações de intensidade da dor. E quando os participantes meditaram durante os exames, a atividade cerebral nessa região não foi detectada.

Pesquisas realizadas na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, em pacientes com problemas cardíacos, pressão arterial alta, infertilidade, depressão e enxaquecas, provaram que os pacientes que praticaram meditação por 20 minutos, duas vezes ao dia, tiveram recuperação superior aos do grupo que não meditou.
Um estudo publicado pelo National Institute of Health mostrou que a meditação transcendental teve resultados significativos na redução do estresse e, consequentemente, da pressão arterial. Os resultados da meditação foram melhores que outras técnicas de relaxamento, como biofeedback, relaxamento assistido e treinamento do gerenciamento do estresse.

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