Vinyasa Flow


Escolha essa prática se você busca fluidez, desafios, criatividade e movimento



BASEADO NO ASHTANGA Vinyasa Yoga, o Vinyasa Flow é um método criado nos anos 70 nos Estados Unidos e, como no Ashtanga, é uma série fluida de posturas que exige perfeita integração entre respiração e movimento. É um estilo dinâmico e desafiante, que exige total dedicação e concentração do praticante. Também como no Ashtanga, a respiração usada é o ujjayi, uma técnica em que o praticante contrai a glote, e com isto, a respiração torna-se mais profunda, cria um calor interno e aumenta a concentração (saiba mais detalhes nas páginas a seguir). 

Vinyasa é uma palavra em sânscrito – nyasasignifica colocar e vi de uma forma especial, ou seja, colocar de uma forma especial. É interpretada como “combinação de respiração com movimento”. Já a palavra flow da língua inglesa significa fluir, referindo-se à fluidez dessa prática na qual se passa de um asana a outro de forma fluida como em uma dança. Uma das grandes diferenças entre Vinyasa Flow e seu originário é que no Ashtanga há seis séries fixas de asanas, que à medida que o aluno evolui, tornam-se mais difíceis e no Vinyasa Flow não há uma seqüência fixa de posturas. Mas não é só isso: “Nessa prática, o vinyasa é incorporado no sentido de usar seqüências de posturas para um momento específico, é um caminho evolucionário que coloca a criatividade desabrochando a vida do que está acontecendo agora, dentro do que você expressa na sua prática”, explica Lygia Lima, que dá aulas no Santo Corpo (SP). 

A PRÁTICA
As aulas são criativas e livres e, muitas vezes, a música dita o ritmo, mas isso não é o mais importante. O fundamental é prestar atenção à respiração e aos movimentos do corpo, que devem ser sincronizados, como se fosse uma dança, ou seja, o flow. A duração varia de uma hora a uma hora e meia e, no final, todos deitam-se em savasana, ao som de uma música suave. Cada professor pode usar a imaginação para desenvolver uma aula mais criativa. “Posso começar a prática com pranayamas variados, posso acrescentar mantras e meditações, não existe uma regra rígida”, conta Lygia. Por ser uma prática de seqüências livres, as aulas de Vinyasa Flow podem variar de práticas mais vigorosas com posturas mais intensas a práticas mais leves com seqüências mais restaurativas, dependendo do nível dos alunos e do enfoque de cada professor.

“Isso também atende as características do vinyasa krama, que devemos adequar a prática ao momento da vida, a energia do dia em que estamos ao momento e ao que estamos buscando por meio da prática”, afirma a professora Jamile Ansolin, do Moksha Estúdio, de Porto Alegre (RS), praticante de Yoga há 12 anos. Segundo ela, uma prática de Vinyasa Flow inicia-se sentado, fazendo um breve aquietamento e invocando algum mantra. Em seguida, pode-se fazer algumas posturas suaves de alongamento, tais comobalasana, uttanasana e algum aquecimento prévio de ombros ou quadris. Passando então para o início da prática propriamente dita, na qual a estrutura pode ser semelhante a primeira série do Ashtanga iniciando-se com alguns Suryas A e B, variações tais como saudação ao guerreiro (virabhadra namaskar) ou saudação à lua (chandra namaskar). 

Em seguida executam-se as posturas em pé, sempre permeadas por vinyasas. “Essa é a aula clássica, entretanto, uma das características que o Vinyasa tomou emprestado do Iyengar Yoga são as seqüências preparatórias para posturas mais difíceis”, completa. Na prática, é necessário cultivar uma respiração consciente para executar os asanas e também a consciência de seguir de uma ação para outra. “Em Vinyasa chamamos isso de pratikryasana (compensação): a arte de complementar a ação para criar a integração; como completamos uma ação e fazemos uma transição para a próxima ação é muito importante para determinar se recebemos o benefício pleno.

Não é qualquer seqüência de asanas, mas sim aquela que ilumina a consciência”, diz Lygia. Para Lygia, quem nunca praticou nenhum estilo de Yoga e gosta de um estilo mais dinâmico, que desafia o corpo e a mente, pode se identificar com esse método. “O Ashtanga requer dedicação total e uma prática contínua para ter um bom desenvolvimento, no Vinyasa Flow há vários estágios para fazer as posturas”. Na parte física, esse sistema melhora a consciência corporal, o sistema respiratório, coordenação motora, aumenta a força e a resistência, dá flexibilidade e alinhamento postural, além de melhorar a concentração, o sono e regularizar o intestino e a circulação sangüínea. “O maior benefício é que refina nosso sistema nervoso para ser menos reativo, já que se relaciona com o primeiro Yoga Sutra de Patañjali: yoga citta vritti nirodah: Yoga é a cessação das flutuações da mente”, afirma Lygia.

Origens e hoje
A origem do Vinyasa Flow está nos ensinamentos de Krishnamacharya, que, segundo ele, os princípios fundamental do Hatha Yoga estão na prática de vinyasa krama, em que os asanas são unidos de forma seqüencial intercalados por seqüências repetitivas na passagem de uma postura a outra. “Todo o trabalho de Krishnamacharya ao longo dos anos esteve sempre permeado por estes princípios”, explica Jamile. Nos Estados Unidos, Shiva Rea é a professora mais conhecida de Vinyasa Flow. Outros nomes importantes são Ganga White, Seane Corn, Cindi Lee e David Lurey.

Os princípios do Vinyasa Flow são:
* Respiração e movimentos sincronizados
* Iniciar a prática exatamente na condição que o praticante está, acomodando todas suas necessidades, possibilidades e limites
* Começar da postura mais simples à mais complexa
* Cultivar duas qualidades na execução dos asanas:
* Sthira: firmeza e consciência
* Sukha: paz interna e facilidade
* Integração dos opostos: Há/ tha, yin/yang, solar/lunar
* Usar compensação de posturas para equilibrar os efeitos dos asanas, por exemplo
* Backbends / retroflexões abrem o sistema nervoso e foward bends / flexões do tronco para a frente que relaxam o sistema nervoso.
* Usar modificações das posturas para os diferentes níveis de limite físico e para prevenir de distensões
* Cultivar um progresso e evolução na prática
* Observação do momento presente

Técnicas do Vinyasa Flow:
* ujjayi pranayama (respiração vitoriosa, nasal e completa);
* asanas (posturas dinâmicas)
* dristhi (fixações oculares para aprofundar a concentração e equilíbrio interno e externo)
* bandhas (fechaduras para redirecionamento energético e aumento da circulação)

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