Testemunhando o Surya Namaskar
Coloco-me na frente do tapete. Em pé sinto a mente serena e o corpo quente após ter feito o aquietamento inicial, a vocalização do shanti pathah e de umas séries de nauli. Construo o samasthiti, activando o múla e uddiyana bandhas e mantendo o suave sussurro da respiração ujjayí. Alinho todo o corpo, desde as plantas dos pés até ao alto da cabeça, como se algo me estivesse puxando para cima, traccionando e proporcionando-me uma sensação de leveza. Preparo-me para fazer súrya namáskar, a saudação ao sol. O ego recebe com agrado esta decisão pois é das técnicas que mais aprecia mas, ao mesmo tempo, porque me proporciona momentos de concentração, fluidez e não-identificação com os pensamentos e acções. Escuto o som do ujjayí preenchendo os pensamentos, o corpo e todo o espaço envolvente. A atenção volta-se para dentro, é como se existisse apenas esse som, que me lembra o ir e vir das ondas do mar, e uma força que me mantém alinhado. Expiro todo o ar, observando como o vazio respiratório