A Terapia Floral no “Apoderar-se do Passado

No emprego da Terapia Holística há que dar ao cliente o controle do processo.  Ele deve estar no leme do barco, assumindo corresponsabilidade pelo processo terapêutico.
Por essa, entre outras razões, o cliente não é paciente, não recebe passivamente a terapia, mas é um agente ativo. Mas o ser humano, além de corpo, mente e espírito, é também sua história pessoal – seu passado. Psiquicamente, não há distinção entre o passado e o presente, sendo este mera continuação daquele.  Ainda que isso pareça estranho, podemos entender que nossas escolhas no passado influem de forma direta em nosso presente.
Portanto, se faz necessário que o cliente tenha poder sobre seu passado, sua história pessoal.  Ou seja, que se apodere dele.  Todos, em menor ou maior grau, já tivemos nossos dramas, nossas desditas, nossas derrotas.  E o passado não se esquece, ainda que não esteja a nível consciente.  Pode parecer que não está lá, mas seguimos reagindo a problemas que muitas vezes não temos, ou que estão fora de proporção, exatamente porque os vemos pela lente de nossas experiências passadas, estejamos ou não conscientes disso.  Claro está que decisões tomadas com base em uma visão distorcida da realidade não podem ser muito acertadas.  Tipicamente vivemos em um círculo vicioso, cometendo os mesmos erros de julgamento e criando mais circunstâncias difíceis, as quais nos esforçamos por esquecer, que por sua vez obscurecem ainda mais nossa visão da realidade. A Terapia Floral, pela sua própria natureza, é uma escolha natural para apoiar o processo de apoderar-se do passado.  Desde a proposta original de Edward Bach até abordagens mais recentes (e que continuam em desenvolvimento) como a dos Florais de Minas e das Essências Californianas, um aspecto fundamental sempre foi a busca das causas subjacentes às emoções relatadas pelo cliente.  A flor – tipo de um cliente tem direta relação com sua história pessoal.  E, outra vez, tenhamos em mente que o presente é simplesmente uma continuação daquilo que chamamos passado, que não passou, mas continua vivo nos desequilíbrios que cada um nós carrega. É importante reconhecer que criamos barreiras de proteção para nos afastar das memórias dolorosas.  Como o passado na verdade continua vivo, segue nos incomodando.  Assim, o processo terapêutico passa pela quebra desses muros.  Mas que o processo seja conduzido com gentileza é fundamental.  Por isso a Terapia Floral, pela sua sutileza e delicadeza, ainda que de uma complexidade que muitas vezes escapa aos próprios terapeutas, pode ser de grande ajuda.  Pouco nos serve recomendar essências catárticas, sem dar ao cliente a oportunidade de entender o processo de quebra de barreiras e reconhecimento de seu passado.  Para isso, pode-se aliar essências para amortecer o impacto, para despertar o desejo de controlar o processo e a própria capacidade de auto-equilíbrio.  Talvez seja até mesmo necessário acompanhar o processo com uma infusão de coragem, ou afastar o medo do desconhecido.  Para esse fim há essências específicas em vários sistemas. O que se segue é  um processo de aprofundamento no Inconsciente apoiado pelas essências florais.  O equilíbrio é progressivamente alcançado quando os conteúdos aí descobertos são assimilados a nível do consciente.  É o processo que C. G. Jung chamou de “individuação”, e que eu resumo como “tornar-se plenamente consciente do Inconsciente”.  Certamente as essências florais despertarão muito material onírico-simbólico para análise, e desse trabalho surge o autoconhecimento.  E com ele, o poder sobre as memórias dolorosas do passado.  Mas será um processo, e como tal o caminho é tão importante quanto a chegada.  Não se pode apressar – cada pessoa tem um tempo  psicológico só dela, e há que respeitar esse ritmo.


Texto original de: http://www.sinte.com.br/revistaterapiaholistica/florais/secoes/florais-de-bach/360-floral-passado.html#ixzz2hzHeRw61
Direitos Autorais: SINTE - SINDICATO DOS TERAPEUTAS 

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